sexta-feira, 29 de junho de 2007

Programa de índia

Tem momentos que alguns trocados no bolso e uma boa farmácia à vista fazem a alegria de qualquer mulher. Não me refiro às hipocondríacas de plantão, mas falo sobre aquelas mulheres comuns que, como eu, encaram o recinto como uma boa diversão. E para exercer esta atividade, eu tenho lá meus rituais. Salvo raras exceções, só entro em farmácias a partir das onze da noite. Momento em que velhinhos questionadores e crianças hiperativas estão longe do recinto. Daí sim, posso me deliciar. Playcenter para meninas crescidas.
Pego aquela cestinha minúscula e começo a desbravar o mundo dos cosméticos. A primeira sessão sempre é a de xampu. É incrível como existem tantos tipos de cabelo: secos, oleosos, secos nas pontas e oleosos na raiz, opacos, sem vida... Enfim, uma variedade que nunca existiu efetivamente antes do mercado criá-las. E nós mulheres bobas-carentes apesar toda racionalidade (?), nos deixamos ludibriar, porque este mercado atende principalmente ao nosso humor. Se um dia eu compro produto para cabelos lisos, no dia seguinte posso querer algo para cacheados. Onde está a lógica, hein, hein?
(Atenção homens: não tentem responder a esta questão. VOCÊS NUNCA VÃO COMPREENDER!!!)
Mas voltemos. À farmácia.
Normalmente vou munida de uma listinha das compras. Alguns itens não podem faltar:
Hipoglós (o mundo se divide entre a.h. e d.h. Como a humanidade passou tanto tempo sem este santo remédio? Cura tudo! Olheiras, pele seca, queimadura, boqueira, chulé, e até assaduras.) E também: desodorante, esmaltes, grampos, pasta de dente, colônia de bebê, e outras cositas... Uma variedade de produtos dispensáveis. O pior é notar que toda essa parafernália entra na minha lista de despesas mensais. Sim, sim, tá lá o seguinte item: "Futilidades". Eu percebi isso só agora... E essa doeu. O que fazer?

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Novités...

É sempre bom descobrir artistas que nos acrescentam. Necessariamente não preciso me identificar com a obra do sujeito, mas aquilo que ele produz - para se comunicar comigo - tem que agregar algo... Se não for uma sensação (o fundamental), que seja uma informação. Ontem descobri uma figura já conhecida por aí, mas que (por minha total desinformação) eu nunca ouvi. É aquele sujeito, que carrega suas musicas de referencia, ironiza meio mundo e ao mesmo tempo é delicado. Ainda estou me familiarizando com seu repertório. Se gosto? Ainda não sei. O que posso dizer é que suas brincadeiras e citações apontam outros caminhos das composições da nossa música. Ele claramente dialoga com Chico até D2... A obra dele não fecha em si. É, generosamente, inserida em um contexto maior. Por isso, encontrar Péricles Cavalcanti pra mim, tem sido tomar contato com muitos outros artistas também.
Taí a dica. Se quiser saber mais, entre em: http://www2.uol.com.br/periclescavalcanti/principal.htm.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

UAU

Hoje às 07h50 da madrugada fui surpreendida pelo seguinte torpedo:
“O mundo devia ter pessoas assim como você: especiais! Tenha um bom dia!!!!”
Não se trata de ninguém íntimo ou com algum tipo de laço afetivo. A mensagem veio do homem que teve o carro amassado por mim... Juro que não fiz nada além da minha obrigação: depositei o valor do conserto na conta dele, e só. É por isso que sou especial? Ou seria uma cantada barata e sem criatividade?
Prefiro acreditar na bondade do rapá. Então tá, então...BOM DIA! Não é sempre que a gente acorda com um elogio deste porte!

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Sobre ressaca e educação.



Outro dia resolvi curar a ressaca com um lanchinho. Em geral os dias que seguem a bebedeira são sempre sofridos. Por isso resolvi não reprimir, e me entreguei aos prazeres do paladar burro e infantil do Mc Donald`s.
Confesso que se alguém me desse um suco de clorofila, ou uma boa água de coco com uma farta salada verde eu aceitaria de bom grado, mas eu naquele momento não tinha condições físicas de pensar em algo tão sofisticado assim. Me arrastei até a lanchonete e me restringi a dizer apenas “número 3, por favor!”. Isto é a única coisa que verdadeiramente me agrada na rede de fast-food: falar pouco. Um número diz tudo, e minha cara também dizia bastante naquele dia. A mocinha do caixa me poupou de perguntas como “torta de maçã acompanha?”, “batata grande como opção?”. Apenas anotou o pedido e me serviu muito rápido (ou eu que estava muito lerda naquele momento?).
Agradeci, e enquanto ela contava o troco escutei bem atrás de mim em alto e bom tom:
“Xau, xau (assim mesmo!) galerinha!” Meu pai do céu! Quem se arriscaria a falar de uma forma tão imbecil quanto essa? Xau, xau? Seria alguém de língua presa? Galerinha? Algum senhor tentando resgatar uma gíria perdida em algumas décadas atrás?
Nada disso! Era o Ronald Mcdonald que estava “animando” as crianças na área de lazer. Por alguns segundos tive um princípio de pânico. Aquele palhaço com trejeitos idiotas me deu medo. Muuuito medo! Fui tomada por uma sensação de terror pior do que quando assisti ao “It”, filme do palhaço que matava crianças.
Aí comecei a questionar o conceito de diversão que os pais aderiram para seus filhos hoje. Concordo que o Mc Donalds tem espaço adequado às crianças muito pequenas, e é melhor do que os restaurantes, que em geral não estão preparados para receber os pimpolhos. Mas expor aquelas coisas fofas ao monstro de cabelo vermelho que ainda fala errado, francamente! Pior que isso é o conceito alimentação. Desde as fraldas o sujeito aprende a consumir uma quantidade exagerada de toxina para o organismo, e a cada geração o vocabulário de hortaliças, legumes e frutas vem diminuindo. Mas esperar o que de pais que freqüentemente levam seus filhos a uma lanchonete que serve o “Shrek Menu”?

Literalmente, cardápio de Ogro.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Foi só um lapso...

SAIU HOJE NA ILUSTRADA: "o Guarani ganha versão futurista com DJ e projeções".
No mesmo dia, tive o seguinte diálogo no msn...

EU: oie...
Amigo: Hola, q tal?
EU: Então, vc vai na rave do Guarani!? Vê se pode... A Sol me deu 02 convites, mas tô em dúvida...
Amigo: aff, inclua-me fora dessa!
EU: ahahahahahahahahah, tô numa dúvida....
Amigo: Minha carteirinha da FUNAI tá lotada de carimbos já! Eu acho q vai ser uma roubada de proporções bíblicas!
EU: Tipo, preciso saber se é realmente tão ruim assim, sabe!?
Amigo: Mas não sei, vc gosta de música eletrônica?
EU: Gosto não... o máximo que chego perto é com Cibelle o Bebel Gilberto...
Amigo: Então... run, Forrest, run!
EU: ahahahahahahahahahahahahahahah. Vc tá hilário hj! Ai, ai...vou ligar pra Sol e dizer que não vou mais.
Amigo: Meu, vai ter o Guarani em versão eletrônica e depois uns djs, sete horas de balada. Francamente, né?
EU: ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh, vou desencanar.Vou trocar o Peri por uma Brahma!
EU: Então tá, então!
Amigo: faz muito bem!

Ufa! Realmente foi só um lapso mesmo.

terça-feira, 19 de junho de 2007

What would Jesus buy?

Parece que o Morgan Spurlock, aquele diretor do filme “Super size me” vai produzir um documentário sobre o consumismo. Chama-se “What would Jesus buy?” (O que Jesus compraria?). O filme retrata um coral Gospel que arma uma guerrilha contra o consumo, e avisam que o 'apocalipse de compras' se aproxima.
Parece interessante.
Torço para que não tenha a mesma abordagem única de “Super size me”. Mas já vale a discussão.
(Deu hoje no Blue Bus)

segunda-feira, 18 de junho de 2007

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Ê, São Paulo.


Andar nas ruas de São Paulo é um hábito que alguns motoristas ainda não descobriram, até porque muitos paulistanos não se identificam como pedestres (tristeee!). Essas pessoas até podem caminhar no parque do Ibirapuera, nas esteiras da academia e, quem sabe, nos corredores dos shoppings. Mas nas ruas, jamais. Pergunte a algum colega motorizado se, por acaso, já passou embaixo do Minhocão a pé, ou se já cruzou a Marginal em cima de alguma ponte andando? Imagino que não. Tenho que concordar que não são trajetos muito agradáveis. Mas esta é nossa cidade, e este tipo aproximação faz parte do processo de conhecê-la.
Confesso que, a cada andança, fico mais surpresa e chego a pensar que poderia retornar pra minha bolha prata com insufilme. Pra quê? Pra gastar mais dinheiro? Pra poluir mais? Pra ostentar esta máquina que me faz ficar mais tempo presa no trânsito?
Tem gente que me pergunta por que eu não saio de carro. À noite, uso muito. Depois das dez, quando a cidade permite literalmente andar de carro. Fora isto, passeio muito pelos bairros, e é incrível perceber a fauna que nos rodeia. São ratos, baratas, mosquitinhos de água parada. Sem contar as figuras mais loucas que ficam por aí. Essa é a minha cidade: feia e caótica. Ainda estou no processo de compreendê-la, pra quem sabe(em pequenas proporções)tentar transformá-la.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Um salve pra Sto. Antônio!



Hoje, 13 de junho. Dia de Santo Antônio. Não é à toa que as comemorações dos namorados ocorrem no dia 12. Mas não confundamos alhos com bulgalhos. Uma data trata-se de manifestação cultural, religiosa, que minhas raízes luso-baianas insistem em homenagear. A outra, virou uma catarse comercial, data em que os pombinhos são obrigados a se agradar, e os seres “restantes”- em carreira solo- ficam deslocados. Por isso, uma amiga – desprovida de um affair e de alguns parafusos – jurou que vai fazer uma prece pra arranjar homem. Bater um papo com “os superiores” e acender uma vela,segundo ela, não adianta mais. Agora a o pedido tem que ser mais incisivo. Portanto se noticiarem por aí que a tocha do Pan foi roubada, certamente trata-se desta moça (em um ato de desespero) querendo se fazer enxergar por Santo Antônio. Pode?